Enfrentar o tratamento contra o câncer envolve uma série de desafios físicos e emocionais. Entre os efeitos colaterais mais difíceis relatados por pacientes estão as dores ósseas, sintomas que podem surgir tanto durante a quimioterapia quanto na radioterapia. Esses desconfortos impactam diretamente a qualidade de vida e merecem atenção, cuidado e orientação adequada.
Neste artigo, vou explicar porque essas dores ocorrem, como elas se manifestam, quais cuidados podem ser adotados e como lidar com elas com mais leveza e consciência. Nosso objetivo é trazer informação clara, acolhedora e útil para quem vive essa fase tão sensível.

O que causa dores ósseas durante o tratamento de câncer?
As dores ósseas durante o tratamento oncológico são uma queixa recorrente entre pacientes e podem surgir por diversas razões, cada uma relacionada ao próprio funcionamento do corpo, às características da doença ou aos efeitos dos medicamentos utilizados.
Compreender por que elas acontecem é um passo importante para lidar melhor com esse sintoma, buscando alívio com segurança e informação.
Quimioterapia e dores ósseas: qual a relação?
A quimioterapia utiliza medicamentos potentes para destruir as células cancerígenas. No entanto, essas substâncias também afetam células saudáveis, especialmente as da medula óssea, onde são produzidas células do sangue. Quando essa região é impactada, pode ocorrer inflamação, resultando em dores ósseas.
Além disso, medicamentos que estimulam a medula óssea a produzir glóbulos brancos, usados para fortalecer o sistema imunológico durante a quimioterapia, também podem provocar desconforto nos ossos.
Radioterapia: efeitos nos ossos e articulações
A radioterapia, por sua vez, pode causar inflamações nos tecidos ao redor da área irradiada. Quando a região tratada inclui ossos ou articulações, é comum que o paciente sinta dores localizadas. A radiação pode afetar o tecido ósseo diretamente, provocando perda de densidade óssea ao longo do tempo e aumentando a sensibilidade.
Outros fatores que contribuem para as dores ósseas

Durante o tratamento do câncer, alguns fatores externos ou comportamentais também contribuem para o aumento da dor nos ossos:
- Sedentarismo involuntário: a fadiga comum durante a quimioterapia faz com que muitos pacientes se movimentam menos, o que favorece a rigidez das articulações e o enrijecimento muscular.
- Perda de massa muscular: o catabolismo causado pelo câncer ou pela própria quimioterapia pode comprometer o suporte muscular dos ossos, intensificando a sensação de dor.
- Uso prolongado de medicamentos como corticoides: embora úteis para controlar inflamações, esses fármacos podem levar à diminuição da massa óssea, uma condição conhecida como osteoporose induzida por corticóides.
Como identificar o tipo e a intensidade da dor óssea
As dores ósseas não são todas iguais. Elas podem variar de leves a intensas e apresentar características diferentes, como:
- Dor constante ou intermitente
- Sensação de peso ou pressão nos ossos
- Dor ao movimento ou mesmo em repouso
- Sensibilidade aumentada em determinadas áreas do corpo
- Irradiação para articulações ou músculos adjacentes
Saber descrever bem esses sintomas ao seu médico é fundamental para que ele indique o tratamento mais adequado.
Maneiras eficazes de aliviar as dores ósseas durante o tratamento
Apesar de ser um efeito colateral comum, existem estratégias eficazes e seguras que podem ajudar a aliviar as dores ósseas durante a quimioterapia ou radioterapia. A seguir, listamos algumas opções com respaldo médico e relatos de pacientes.

1. Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios
O uso de medicamentos prescritos pelo oncologista é a forma mais direta de controlar a dor. Os analgésicos vão desde opções leves, como paracetamol, até opioides, em casos mais intensos. Anti-inflamatórios também podem ser indicados para reduzir o inchaço ao redor das áreas afetadas.
Nunca se automedique. Converse com o profissional responsável pelo seu tratamento antes de iniciar qualquer remédio.
2. Atividades físicas leves e alongamentos
Movimentar o corpo ajuda a reduzir rigidez muscular e melhora a circulação sanguínea, o que contribui para aliviar dores articulares e ósseas. Caminhadas curtas, exercícios de fisioterapia ou alongamentos suaves podem ser valiosos aliados.
Leia também: Como se manter positiva durante o tratamento de câncer.
3. Aplicação de calor ou frio local
Compressas mornas relaxam a musculatura e melhoram o fluxo sanguíneo. Já o frio pode ser útil para inflamações agudas e inchaços. Alterne entre as duas opções e descubra qual proporciona mais alívio para o seu caso.
4. Alimentação rica em cálcio e vitamina D
Manter a saúde dos ossos também passa pela nutrição. Consuma alimentos ricos em cálcio, como vegetais verdes escuros, amêndoas e laticínios (se tolerados), além de garantir a ingestão de vitamina D — com orientação médica, ela pode ser suplementada.
5. Apoio emocional e autocuidado
A dor não é apenas física — ela também afeta o emocional. Práticas como meditação, respiração consciente, escrita terapêutica ou mesmo conversar com pessoas que passam pela mesma situação ajudam a lidar com a dor de forma mais leve e acolhedora.
Leia também: A importância da saúde emocional no tratamento do câncer.
Quando procurar ajuda médica para dores ósseas?
Embora algumas dores ósseas sejam esperadas durante o tratamento, é importante saber identificar quando elas podem indicar algo mais grave. Procure seu médico se:

- A dor for intensa e persistente, mesmo com medicação
- Você sentir formigamento, dormência ou perda de movimento
- Houver inchaço incomum, febre ou vermelhidão
- As dores estiverem impactando sua rotina diária significativamente
O acompanhamento profissional contínuo garante que sua experiência com o tratamento seja mais segura e tranquila.
Vivendo com mais leveza, mesmo com a dor
Na jornada contra o câncer, cada corpo responde de um jeito. As dores ósseas podem ser desafiadoras, mas entender suas causas e aprender formas seguras de enfrentá-las é um passo importante para recuperar o bem-estar.
Das Coisas acredita que é possível encarar esse processo com mais leveza, acolhimento e coragem. O caminho passa pelo conhecimento, pela escuta do próprio corpo e pela busca de apoio — profissional e emocional.
Leia também: Câncer com leveza: abordagens alternativas e bem-estar durante o tratamento.
As dores ósseas durante a quimioterapia ou radioterapia são efeitos colaterais que merecem atenção, acolhimento e abordagem personalizada. Informar-se, conversar com sua equipe médica e adotar estratégias integrativas de cuidado podem tornar essa fase mais suportável — e até transformadora.
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